quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

O coração dos outros não lhe é devido, não lhe pertence, não lhe cabe por contrato

"... É perceber que talvez amar seja outra coisa. É sentir-se leve e livre. É saber que o coração dos outros não lhe é devido, não lhe pertence, não lhe cabe por contrato. A cada dia você deve merecê-lo. E dizê-lo. Dizer a ele. E compreender pelas respostas que talvez seja necessário mudar. É necessário ir embora para reencontrar o caminho. Fábio me olha bravo, de pé, diante do portão. E diz que não, que estou errada, que somos felizes juntos. Agarra meu braço e o aperta com força. Porque, quando alguém que você deseja se vai, você tenta mantê-lo com as mãos e espera assim prender também o seu coração. E não é assim. O coração tem pernas que você não vê. E Fábio vai embora dizendo você vai me pagar, mas o amor não é uma dívida a ser liquidada, não dá creditos, não aceita descontos."



"Desculpa de te chamo de amor"

Frederico Moccia

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Tempo é ternura.

Viver tem sido adiantar o serviço do dia seguinte. No domingo, já estamos na segunda, na terça já estamos na quarta e sempre um dia a mais do dia que deveríamos viver. Pelo excesso de antecedência, vamos morrer um mês antes.
Tempo é ternura.
Perder tempo é a maior demonstração de afeto. A maior gentileza. Sair daquele aproveitamento máximo de tarefas.
O tempo sempre foi algoz dos relacionamentos. Convencionou-se explicar que a paixão é biológica, dura apenas dois anos e o resto da convivência é comodismo.
Não é verdade, amor não é intensidade que se extravia na duração.
Acima da obsessão de controlar a rotina e os próximos passos, improvisar para permanecer ao lado da esposa. Interromper o que precisamos para despertar novas necessidades.
Intensidade é paciência, é capricho, é não abandonar algo porque não funcionou. É começar a cuidar justamente porque não funcionou.
Casais há mais de três décadas juntos perderam tempo. Criaram mais chances do que os demais. Superaram preconceitos. Perdoaram medos. Dobraram o orgulho ao longo das brigas. Dormiram antes de tomar uma decisão.
Cederam o que tinham de mais precioso: a chance de outras vidas. Dar uma vida a alguém será sempre maior do que qualquer vida imaginada.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Porque eu sou do tipo que se entrega fácil, aos risos, abraços, amassos, amigos. Eu tenho fé em tanta coisa, e uma alma gigante que não cabe direito no corpo. E esse coração que não sabe sossegar. Eu me apaixono por tão pouco. Coisa simples sabe? Caminhadas improvisadas. Vento de fim de tarde. Nasci com pés de gente viajante, e não me importo de ir a pé. Programa bom pra mim é mochila nas costas e estrada desconhecia. Amores ao acaso, adoráveis. Inesquecíveis. Chorar é inevitável, eu sei. Mas aprendi a jogar no vento do tempo tudo quanto é solidão e tristeza. No coração só guardo espaço pras coisas lindas e findas que virão.


Daqui ó
Espero que o tempo voe (…) para que você retorne, pra que eu possa te abraçar, e te beijar, de novo…

[Nando Reis]

Aí, está o grande mal das pessoas

Mas gosto, gosto das pessoas. Não sei me comunicar com elas, mas gosto de vê-las, de estar a seu lado, saber suas tristezas, suas esperas, suas vidas. Às vezes também me dá uma bruta raiva delas, de sua tristeza, sua mesquinhez. Depois penso que não tenho o direito de julgar ninguém, que cada um pode — e deve — ser o que é, ninguém tem nada com isso. Em seguida, minha outra parte sussurra em meus ouvidos que aí, justamente aí, está o grande mal das pessoas: o fato de serem como são e ninguém poder fazer nada. Só elas poderiam fazer alguma coisa por si próprias, mas não fazem porque não se vêem, não sabem como são. Ou, se sabem, fecham os olhos e continuam fingindo, a vida inteira fingindo que não sabem.
.Caio Fernando Abreu in Limite Branco

sábado, 17 de dezembro de 2011

Bem foi inevitável, tomamos um pileque épico. Hoje acordei ruim, gosto de cabo-de-guarda-chuva na boca & culpa: ando bebendo muito. Horrível, não é? Eu acho, também, mas é difícil evitar, principalmente agora que começou a esfriar, de noite dá aquela necessidade de coisas quentes você sai por las calles, aí vêm as brahmas, os vinhos, os conhaques, as cachaças. E é engraçado, quando a gente tá bebendo com alguém chega num ponto em que parece que vai acontecer alguma coisa (ninguém sabe exatamente o que), e que para essa alguma-coisa acontecermesmo é preciso beber um pouco mais. Daí você pede – e então a coisa começa a se decompor. Nada acontece, o porre começa a pintar & a mosca pousa na sopa fria.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

"Que eu sempre fui só de você...Você sempre foi só de mim"

A melhor parte de ter você, é você.  Olhar pro lado e te encontrar na cama, poder sentir o calor do abraço e reconhecer que ali sempre foi o meu lugar. Porque a cada dia que passa eu tenho certeza, tudo que eu vivi até aqui me preparou pra esse amor. 

domingo, 4 de dezembro de 2011

É uma forma de paz...

"Farei o possível para não amar demais as pessoas, sobretudo, por causa das pessoas. Às vezes o amor que se dá pesa, quase como uma responsabilidade na pessoa que o recebe. Eu tenho essa tendência geral para exagerar, e resolvi tentar não exigir dos outros senão o mínimo. É uma forma de paz...
Também é bom porque em geral se pode ajudar muito mais as pessoas quando não se está cega de amor."



[Clarice Lispector]

Nobody said it was easy..

É que o mundo parece grande demais e eu me sinto pequena demais pra dar conta de tudo. As horas, os dias, o dinheiro, as notas boas, o ônibus que não posso perder. É que eu to crescendo, apesar de não estar pronta pra isso. E eu não sei o que fazer com os sonhos que eu deixei pelo caminho, porque sentir saudade não é motivo suficiente pra voltar atrás. É que eu me sinto a pessoa mais sozinha do mundo nesse quarto gelado, e por mais que eu queira gritar o quanto essa vida é complicada, meu silêncio grita mais alto.

Já não sei onde procurar.

Eu tinha tantas coisas pra dizer, mas deixei pra lá. Descobri que falar não adianta, me desgasta e me faz mal. Apenas sorrio como quem nada quer e digo que não há nada.
Não quero ajuda de ninguém, sou uma filha da puta orgulhosa que não sabe pedir colo, quero que adivinhem.

Clarissa Corrêa
E a receita é uma só: fazer as pazes com você mesmo, diminuir a expectativa e entender que felicidade não é ter. É ser.

Fernanda Mello
Tá certo que o nosso mal jeito foi 
Vital pra dispersar o nosso bom 
O nosso som pausou 
E por tanta exposição a disposição cansou 
Secou da fonte da paciência 
E nossa excelência ficou la fora... 

Solução é a solidão de nós 
Deixa eu me livrar das minhas marcas 
Deixa eu me lembrar de criar asas 
Deixa que esse verão eu faço só 
Deixa que esse verão eu faço só 
Deixa que nesse verão eu faço sol... 

Só me resta agora acreditar 
Que esse encontro que se deu 
Não nos traduziu o melhor 
A conta da saudade quem é que paga 
Já que estamos brigados de nada 
Já que estamos fincados em dor... 

Lembra o que valeu a pena 
Foi nossa cena não ter pressa pra passar 
Lembra o que valeu a pena 
Foi nossa cena não ter pressa pra passar...

sábado, 3 de dezembro de 2011

Waiting

Não sei o que esperar. Espero tudo. Quero tudo. E vou. De mãos dadas com o que sinto, nunca soube me economizar. Vai ver, assim, eu acabe sendo possível.