Chega um dia em que perdemos a nossa identidade, tudo que nossos pais nos ensinaram, tudo que antes julgávamos importante, todo o nosso narcisismo, nossa vã inteligência, nosso egocentrismo, religiosidade ou falta de crença, nossos sonhos de criança, nossas bestialidades adolescentes.
Você até pensa que está sentindo medo, mas não é medo. Depois você percebe que foi apenas uma turbulência, por que você acabou de começar a voar e não vai adiantar nenhum tipo de desespero. O que vai te levar ao abismo ou ao céu vai ser aquilo que você vai decidir no início do vôo: a firmeza ou a insegurança. E depois não há mais volta.
Esteja atento, não há nenhum aviso prévio, nenhum sintoma antecedente. Quase nem vai lembrar de muitas coisas, apenas da última vez que esteve sobre a plataforma, da última vez que sugou o ar, da última luz que acendia na cidade. Sempre será assim, fazemos as coisas de forma diferente, quando as fazemos a última vez.
Há apenas um dia decisivo em toda nossa vida: aquele em que optamos por nosso futuro. É o dia do vôo. Tudo que vivermos depois da escolha e do salto, será nossa vida inteira.
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(Cáh Morandi)
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(Cáh Morandi)
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