domingo, 30 de outubro de 2011

Queria te guardar imóvel no movimento.

No movimento das suas mãos me dedilhando as costas, o movimento dos seus lábios tatuando a nuca, o movimento que timbra o vento nos seus cabelos, o silêncio do mundo no seu piscar de olhos, o mover sua sombracelha que formavam ondas perfeitas na sua testa, seus dedos que tocavam Chico na minha cintura, sua voz em movimento era como um chamado de algum lugar. Eu não queria mais voltar.
(...)
Sou boba tantas vezes. Parei tanto tempo presa em você. Ficava extasiada, alucinada em te observar ganhando o mundo sem sair da cama.

domingo, 23 de outubro de 2011


Acorda amor, que já virou um outro dia,
A gente pode fazer tudo hoje,
Não me deixe pra depois,
Sempre tenho um bom motivo pra nós dois.
Os medos que a gente tem em cada noite
A gente pode deixar lá,
Não me deixe pra depois,
Sempre tenho um bom motivo pra nós dois.

Mallu Magalhães

sábado, 22 de outubro de 2011

Melhor que eu não te conte novidades
Nem diga nada muito diferente
Nem faça teorias sobre a gente
Nem fale dessa angustia que me invade
Melhor usar palavras já testadas
Amor, saudade, beijos e depedidas
Um saco de figuras repetidas
Tão gastas
Que já não te digam nada

(Leoni)

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

"Things aren't always just what they seem.."

Quanta coisa acumulada na cabeça e no coração. Uma vontade imensa de tomar banho por dentro, limpar e deixar tudo novinho, novas esperanças e vontades. Lembrar da força que sempre esteve comigo e não desanimar jamais.
Era um estado permanente de angústia, crônico, suportável. Era a fragilidade do ser diante da brutalidade e da crueza da vida, mas era ainda a vida, o existir e se saber presente (...) É que era a angústia, o desespero, a negação de si mesmo. O não ser, o vazio, o nada.


(Livro Encontro Marcado, Fernando Sabino)

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Não vim até aqui
Pra desistir agora
Entendo você
Se você quiser ir embora
Não vai ser a primeira vez
Nas últimas 24 horas
Mas eu não vim até aqui
Pra desistir agora.
.
.
.
(Pouca Vogal)

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

O dia está cinza, mas de nada adiantaria se estivesse azul. 

Rótulos são dispensáveis e sentimentos inclassificáveis.


Sorrir com os olhos, falar pelos cotovelos, meter os pés pelas mãos. Em mim, a anatomia não faz o menor sentido. Sou do tipo que lê um toque, que observa com o coração e caminha com os pés da imaginação. Multiplico meus cinco sentidos por milhares e me proponho a descobrir todos os dias novas formas de sentir. Quero o cheiro da felicidade, o gosto da saudade, o olhar do novo, a voz da razão e o toque da ternura. Luto contra o óbvio, porque sei que dentro de mim há um infinito de possibilidades e embora sentimentos ruins também transitem por aqui, sei que devo conduzi-los com a força do pensamento até a porta de saída. Decidi não delegar função para cada coisa que eu quero. Nem definir o lugar adequado para tudo de bom que eu sinto. Nossos sentimentos são seres vivos e decidem sem nos consultar. A prova de que na vida, rótulos são dispensáveis e sentimentos inclassificáveis.

Fernanda Gaona

terça-feira, 18 de outubro de 2011

E eu te pergunto o que será do nosso amor?

Me escreva uma carta sem remetente
Só o necessário e se está contente
Tente lembrar quais eram os planos
Se nada mudou com o passar dos anos
E me pergunte o que será do nosso amor?

Descreva pra mim sua latitude
Que eu tento te achar no mapa-múndi
Ponha um pouco de delicadeza
No que escrever e onde quer que me esqueças
E eu te pergunto o que será do nosso amor?

Ah! Se eu pudesse voltar atrás
Ah! Se eu pudesse voltar





Thiago Pethit

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Arrepios.

E sempre que você diz: Eu te amo.
É como se fosse a primeira vez.

domingo, 16 de outubro de 2011

Me perdi no tempo, me encontrei e mim.


Esqueci a tal exatidão. Dar nome aos bois, colocar os pingos nos “is”, bater de frente. Tirei férias disso tudo. Se algum desaforo bater à minha porta, não atendo. Canto ciranda, enfeito minhas tranças, converso com a esperança. Perdi minha mala carregada de ressentimentos na estrada do sossego. Mudei a rota, arranquei as portas que aprisionavam meu sorriso. Me perdi do tempo. Me encontrei em mim.
.Renata Fagundes

Aprender a viver um amor, sem se afogar.


Pra falar de ciúmes, eu precisaria falar da insegurança e também da falta de auto-estima que ficam escancaradas em mim. Mas espera aí, quem disse que eu preciso disso? Descabelar-me e me desmoralizar. Não aceitar o fato que alguém pode gostar de mim do jeito que sou, com minha mania de fantasias e medos insolúveis, meu desajeitado modo de sorrir e essa cara amassada, a minha preguiça enorme, as viagens que faço, dos sonhos conturbados, meu passado doido e minha vontade incontrolável de ser feliz. Talvez eu mereça mesmo ser amada, admirada. Talvez eu deva parar de me sabotar, procurar coisas onde não tem. e parar de achar que minha vida é a novela mexicana sem final feliz. Eu ando me amando mais, acreditando mais em mim e isso me faz bem. Aprender a viver um amor, sem se afogar.
Adoro teus beijos, roubados, calientes, ternos. Adoro tuas mãos, álias preciso delas, preciso que elas me toquem e descubram em mim todos os caminhos que eu jamais encontraria sozinha. Gosto de tudo que existe em você.

Desarrume.

Não arrume a casa na segunda-feira. Não sofra com o fim do domingo. Alterne a respiração com um beijo. Volte tarde. Dispense o casaco para se gripar. Solte palavrão para valorizar depois cada palavra de afeto. Complique o que é muito simples. 
Conte uma piada sem rir antes. Não chore para chantagear. Cometa bobagens. Ninguém lembra do que foi normal. Que as suas lembranças não sejam o que ficou por dizer. É preferível a coragem da mentira à covardia da verdade.


.Fabrício Carpinejar

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Eu preciso de surpresa.

Eu rezo pra tentar me entender
Com chuvas de palavras explico coisas que nem sei. A casa,um caos dentro e fora
Que lua estamos mesmo ?
Tô esperando o verde amadurecer no meu peito
Pra ver se encontro meu coração na esquina
Eu preciso ver estrelas no céu da boca, sambar devagarzinho ou então achar cinquentão no bolso
Eu preciso de surpresa !
Logo me convenço com metáforas das minhas desgraças
E dou risada achando graça desse verde que não amadurece
Verde que ensina e que termina 

Me deixando sempre uma cor-resposta
Pra pintar na vida.

Um amor quentinho.

Que todo mundo tenha um amor quentinho. Descanso pro complicado do mundo. Surpresa pra rotina dos dias. A quem esperar. De quem sentir saudades. Um nome entre todos. O verso mais bonito. A música que não se esquece. O par pra toda dança. Por quem acordar. Com quem sonhar antes de dormir. Uma mão pra segurar, um ombro pra deitar, um abraço pra morar. Um tema pra toda história. Uma certeza pra toda dúvida. Janela acesa em noite escura. Cais onde aportar. Bonança, depois da tempestade. Uma vida costurar na sua, com o fio compriiiiido do tempo.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Deu vontade de dizer...


Sei lá, só acho que não temos controle sobre todas as coisas. Apesar de nossas decisões nos levarem a caminhos diferentes, tudo  acontece como realmente deveria ser.  Acho que voltar e pedir desculpas e dizer que não foi minha intenção, não valeria muito.  Os sentimentos não são escolhas ou alternativas que assinalamos em questões da vida. Eles aparecem quando menos esperamos.